Como vai a segurança na internet da sua casa? Seus filhos estão protegidos?
Essa semana uma leitora do Esposas Online postou no instagram uma foto do filho com o uniforme da escola. Na hora, levei um susto! Então, percebi que muitos pais e mães não fazem a menor ideia do perigo em postar fotos como esta nas redes sociais.
De acordo com os dados do TIC Kids Online Brasil 2014, realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), 68% dos pais consideram que há pouca ou nenhuma chance de os filhos passarem por situações de risco na internet.
Uau! O número de pais que não perceberam os riscos eminentes da internet e das redes sociais ainda é alarmante.
Uma rede social nada mais é do que uma extensão da nossa vida real para o ambiente digital. Estas redes de pessoas são compostas por diferentes personalidades, pessoas de toda índole e intenção.
Os filhos pequenos não têm o discernimento ainda totalmente formado do que é certo e errado.
Você deixaria seu filho pequeno sozinho em uma praça cheia de estranhos? Por quê então, você deixaria seu filho em contato com pessoas estranhas nas redes sociais sem a sua supervisão?
Considero esse assunto muito sério!
Por este motivo, resolvi fazer um guia para ajudar mães e pais a protegerem o seus filhos e aumentarem a segurança na internet da sua família.
Vou dividir esse texto em três tópicos:
- Riscos da Internet para as crianças (os 3 principais)
- Segurança na internet para as crianças (8 dicas)
- Como orientar os filhos nas redes sociais (12 dicas)
Os principais riscos da internet para as crianças
1 – Captação de informações pessoais e “grooming”
A mente de uma criança ainda é muito inocente. Por causa da facilidade de se disfarçar e mentir na internet, dificilmente a criança conseguirá interpretar se existe ou não a má intenção por traz de uma conversa. Daí, ela pode dar informações que a princípio parecem bobas e sem importância, mas quando conectadas à outras informações, formam um mapa valioso de referências que podem ser usadas para o mal.
Isso compromete a segurança da sua família inteira!
Até mesmo adultos fornecem informações pessoais, sem perceber.
Tudo isso, pode ser uma brecha para a captação de informações pessoais via internet. Ao conectar imagens, pontos de localização, uniformes e etc, pessoas mal intencionadas realizam crimes como o sequestro, por exemplo. Uma simples foto pode ser o elemento que faltava para a realização de um crime.
Existe um grande risco da criança ser persuadida ou coagida a passar informações como senha, endereço, nomes e dados pessoais. Por isso, as crianças devem ser orientadas e protegidas.
Já a prática do grooming é quando uma pessoa usa informações pessoais fornecidas em redes sociais ou em bate-papo, por exemplo, para convencer a outra a fazer alguma coisa fora da internet. O criminoso pode usar do artificio da chantagem ou ameaças para coagir crianças e adolescentes.
2 – Assédio sexual online através da internet ou redes sociais
A criança pode muitas vezes não perceber que, a pessoa que está do outro lado, não é outra criança (e sim um adulto se passando por uma). Assim, podem ser ludibriadas e se tornarem alvos de pedofilia e assédio sexual online.
Conheço um caso próximo que o assediador da internet chegou a tentar buscar a menina na escola. Isso é um alerta, pois alguns pais pensam que o criminoso está distante e que isso não aconteceria na casa dele.
É preciso prestar atenção no comportamento das crianças, que costumam ficar mais introspectivas, agressivas e até evitam o uso da internet.
Caso o seu filho esteja sofrendo assédio sexual pela internet, preserve as provas, fotografe ou imprima a página. Faça uma denúncia e procure ajuda da policia.
A tendência da família é apagar as provas e muitas vezes não denunciar. É muito importante que você faça uma denúncia formal, na polícia e na delegacia de crimes cibernéticos da sua cidade. Isso vai ajudar a proteção do seu filho e de outras crianças.
Sempre que perceber alguma coisa errada, você pode denunciar por meio do site www.denuncie.org.br. A Internet não é “terra sem lei”. Apesar da sensação de anonimato, quem praticar crime por meio dela, pode ser identificado e será punido.
3 – Violência virtual: cyberbullying
Na internet e no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam um tipo de bullying ainda mais perverso.
Muitas crianças sofrem com este tipo de violência na escola. Esse tormento se torna muitas vezes permanente por causa da facilidade que as informações são multiplicadas pela internet — mas também pela dificuldade que é retirar certas imagens, vídeos e comentários da internet.
Isso faz com que as crianças e adolescentes humilhados não se sintam seguros.
Suas consequências são graves e podem causar danos psicológicos e traumáticos, desencadeando até patologias.
Uma pesquisa feita pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos, aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.
Provavelmente, nesse exato momento está acontecendo um cyberbullying em alguma escola do Brasil. Será que você e seu filho sabem lidar com isso?
Agora que vimos os 3 principais riscos que a internet e redes sociais oferecem para as crianças, vamos ver 8 dicas de segurança para você orientar seu filho — mas também para proteger sua família contra crimes digitais e dolorosas perseguições online.
Segurança na internet para as crianças
As informações abaixo são para a orientação dos pais. Siga atentamente as 8 dicas de segurança na internet abaixo e aplique as que considerar importante. (Eu particularmente considero todas importante! )
Dica de segurança na internet #1: cuidado com posts e fotos que comprometem a sua segurança
- Não divulgue fotos da criança em momentos íntimos ou nua. Podem ser usadas para fins indevidos como pedofilia.
- Evite ou não divulgue fotos recentes com uniforme da escola ou outras referências que ajude a identificar locais que seu filho frequenta.
- Não poste fotos dos amigos do seu filho, sem permissão dos outros pais.
- Não poste fotos dos seus filhos com objetos de valor da família, como carro, jóias, itens tecnológicos, etc.
- Cuidado com fotos em alta resolução — evite! Isso facilita a manipulação das fotos por outras pessoas para fins desconhecidos.
Dica de segurança online #2: cuidado para não divulgar sua localização
Evite divulgar a localização de lugares que você frequenta como: seu trabalho, academia, restaurantes, parquinhos, etc.
É possível transmitir a informação pelo facebook, instagram ou foursquare, por exemplo. Desative o “serviço de localização” do seu celular e evite passar a localização “sem querer”.
Segurança digital #3: programas que protegem seu filho na internet
Existem alguns programas para monitorar os filhos na internet, como o KidSafe Explorer e também o KidsWatch Time Control. Ambos, porém, são pagos. Antes de achar isso ruim, reflita: quanto vale a segurança da sua família?
Caso você não queira gastar para manter a segurança e o controle sobre o que seu filho faz na internet, pode utilizar a ferramenta de “Controle dos Pais” presente no Windows (já existe dentro do windows vista e windows 7).
Para acessar o “Controle dos Pais” no windows , utilize a barra de pesquisa rápida do menu iniciar e digite “Controle dos Pais”.
Clique sobre a opção e então você será levado para uma nova janela, na qual poderá ativar este controle.
É importante lembrar que esta ferramenta só pode ser ativada por uma conta de administrador sobre uma conta de usuário normal.
Os programas ajudam, mas nunca podem substituir o acompanhamento dos pais.
Dica #4: monitoramento das redes sociais
O ideal é que as crianças não acessem redes sociais antes dos 13 anos. O facebook mesmo, por exemplo, estipulou idade mínima de 13 anos para ter acesso.
Entretanto, conseguir impedir que um jovem nessa idade tenha acesso às redes sociais é praticamente impossível.
E, muitas vezes, é através das redes sociais que seu filho entra em contato com estranhos e contatos indesejados.
Você não precisa utilizar nenhuma aplicativo para monitorar todos os passos do seu filho, mas pode ensiná-lo a se proteger e ficar atento.
Existem aplicativos que monitoram palavras e nomes na internet. Você pode receber um alerta quando o nome do seu filho for citado, por exemplo. O SCUP é uma destas ferramentas. Pode ser que seu filho tenha um nome muito comum, e por isso você não tenha o resultado esperado. Você deve saber calibrar o monitoramento para que consiga os resultados adequados (talvez eu escreva sobre isso em outro texto).
Muitas vezes, levantar este assunto e conversar abertamente é uma das melhores precauções que você pode tomar contra tantos riscos. Você deve conseguir manter um diálogo sobre isso com seus filhos. Transmita confiança e mostre abertura para falar sobre assuntos — por mais delicados que sejam.
Ensine para seu filho que na internet também vale aquela regra de: “não conversar com estranhos”.
Converse várias vezes com ele e diga que a pessoa do outro lado pode não ser quem ela diz ser.
“Aceitar amizade apenas de quem já é amigo no mundo real” — é uma excelente dica dada pelo diretor de marketing da AVG Brasil, Mariano Sumrell.
Dica de segurança online #5: disfarces online do bandido – perigo da pedofilia
Talvez este seja um dos maiores medos dos pais: seu filho ser vítima de pedofilia.
Oriente seu filho sobre o risco de pessoas mal intencionadas. Ensine-o a identificar os possíveis pedófilos.
O pedófilo normalmente passa por um processo, por meio do qual, ele conquista a confiança da criança. Normalmente ele usará jogos, truques, atividades e linguagens para ganhar a confiança e enganar a criança.
Entre essas táticas estão: guardar segredos (os segredos são muito valiosos para a maioria das crianças), carícias, beijos, toques, comportamentos sexualmente sugestivos, exposição da criança a materiais pornográficos, coerção, suborno, bajulação. Essa táticas, são usadas basicamente para confundir e ludibriar a criança.
Muitos pedófilos fazem as crianças sentirem vergonha e solicitam fotos, vídeos e até encontros para deixá-las “em paz” – chantagem e coerção.
Dica de segurança digital #6: bloqueio de páginas na internet
Nos computadores há opções de bloqueio de conteúdo. Com essas ferramentas é possível classificar as páginas que podem ser acessadas.
O bloqueio de “conteúdo inapropriado” evita problemas de acesso a sites que não estão compatíveis com a idade da criança.
Porém, uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet revelou que 31% das crianças sabem mudar filtro que barra acesso a sites e que 71% dos pais creem que seu filho navega em segurança.
Neste caso, é necessário muito diálogo e confiança.
Fique atento para quando a turminha do seu filho se juntar na frente do computador. Normalmente as crianças ficam mais ousadas quando estão em grupo — isso pode ser uma desculpa para quebrar as regras e combinados feitos com você (que são os pais).
Dica 7: deixe seu facebook e outras redes sociais no modo privativo
Deixe seu facebook configurado para que as atualizações somente possam ser vista pelos seus “amigos”. E para aumentar ainda mais a privacidade, direcione as pessoas com menos intimidade para a categoria “conhecidos”.
Estes conhecidos continuaram na sua rede, mas sem receber determinadas postagens. Uma lista de amigos íntima e restrita ajuda a manter um pouco a privacidade.
Ao publicar fotos e textos, publique com a opção “Amigos, exceto conhecidos”.
No instagram, indico colocar “conta privada”. E claro, não aceite ser amigo de pessoas desconhecidas no seu instagram pessoal.
Segurança digital dica #8: Verifique com frequência o histórico dos sites visitados pelo seu filho.
Verificar o histórico é uma forma de saber o que os filhos estão acessando.
Contudo, muitas crianças e adolescentes já sabem que os pais fazem isso e acabam apagando o histórico.
Muitos utilizam ainda o modo anônimo do navegador, não sendo possível monitorar as atividades deles sem o uso de software ou hardware de terceiros.
Como orientar seus filhos para usarem a internet e redes sociais de forma saudável?
Muitas vezes, os filhos pequenos não tem noção do que é certo ou errado. Segundo Pieget, certas habilidades de discernimento nas crianças menores de 12 anos ainda não foram desenvolvidas.
Para ajudá-las na orientação dos seus filhos, separei 12 dicas úteis de como orientar seus filhos quanto a segurança na internet e redes sociais.
- Os pais devem estimular os filhos a contarem para eles sobre as experiências na internet.
- Deixe claro para as crianças que só devem aceitar nas redes sociais pessoas conhecidas.
- Ensine seu filho a não falar mal de amigos nas redes sociais (evite o cyberbullying)
- Limite o uso da internet somente na presença dos pais no local (mesmo ambiente), em crianças com idade precoce. E quanto menor a idade, menor o tempo na internet.
- Oriente seu filho a nunca passar informações pessoais, endereço, nome completo, fotos a qualquer pessoa pela internet.
- Oriente a não mencionar nomes de primos, atividades dos tios ou outros acontecimentos familiares.
- Alguns site maliciosos parecem jogos, mas são armadilhas para pegar senhas ou dados pessoais. Oriente seu filho a te chamar, caso ele queira brincar com um novo joguinho online ou quando ele tiver dúvida se o site é seguro.
- Oriente seu filho a nunca passar qualquer senha para outras pessoas. Mesmo que seja um grande amiguinho da escola.
- Oriente seu filho a nunca permitir ser filmado por um estranho.
- Oriente seu filho a nunca marcar encontros com desconhecidos (ou conhecidos só da internet) sem estar acompanhado de um adulto.
- Oriente seu filho a chamar um adulto imediatamente caso se sinta constrangido ou ameaçado.
- Ensine seu filho a se deslogar de qualquer sistema. Ensinar a sair de qualquer sessão aberta no computador, celular, jogos, e-mail são grandes aliados de prevenção e na segurança.
- Ensine seus filhos a diferença do que é bom e do que é ruim na internet e compare com situações do mundo real.
Abaixo, um vídeo com orientações extras que podem te ajudar a compreender um pouco mais sobre a segurança na internet.
Conclusão: crie limites para que seu filho aproveite o melhor da internet
A internet é um meio muito importante para aprendizado e socialização. Mas tanto os pais quantos os filhos, devem ter o cuidado com a segurança individual e de toda a família.
Neste post, listei diversos cuidados com a segurança na internet para as crianças, alguns riscos e como orientar os filhos na internet e redes sociais. É um aprendizado não somente para as crianças, mas para toda família.
Eu ainda não tenho filhos, mas já dou muita importância para isso. Sei que tenho muito o que aprender. Com a evolução dos meios digitais, tenho certeza que os desafios aumentam e que ser uma boa mãe, que ama e educa seus filhos nos dias de hoje, é uma verdadeira missão.
Mesmo assim, espero que eu tenha conseguido pincelar esta questão. Meu objetivo foi trazer algumas reflexões sobre como você pode manter o uso ativo da internet e das redes sociais da sua família, mas com alguns cuidados importantes. Toda atenção é muito valiosa.
Tem alguma dica extra que gostaria de compartilhar? Já passou por algum problema com seus filhos na internet? Como você resolveu a situação?
Compartilhe seu ponto de vista e suas experiências! Obrigada! 🙂
Ticinha Medeiros
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